Nos bastidores do ambiente corporativo tecnológico, uma nova tendência tem ganho destaque: o task masking. Popularizada no TikTok e impulsionada pela geração Z, esta prática (mostrar produtividade sem realmente produzi-la) está a gerar debates intensos entre profissionais, gestores e empresas.
O que é o Task Masking?
O task masking consiste em exibir sinais visíveis de trabalho ou esforço, mesmo quando o resultado real é mínimo.
Entre os exemplos mais comuns estão:
- digitar rapidamente ou andar de um lado para o outro com o portátil;
- fingir chamadas ou reuniões importantes;
- simular stress ou sobrecarga com expressões e gestos;
- mexer constantemente no rato ou alternar janelas para parecer ocupado.
- Embora o comportamento não seja novo, as redes sociais têm servido de palco para a sua normalização, com vídeos virais a mostrar, em tom de humor, como “parecer produtivo” quando não se está realmente a ser.
Por que está a crescer e por que agora?
Há vários factores a impulsionar esta tendência:
Regresso ao Escritório
Muitas empresas voltaram a exigir a presença física, aumentando a pressão para demonstrar trabalho constante, sobretudo quando os gestores estão por perto.
Cultura da Aparência
Apesar de a produtividade ser medida por resultados, muitos ambientes de trabalho ainda valorizam quem “parece ocupado”, o que incentiva comportamentos performativos.
Influência das Redes Sociais
O TikTok amplifica rapidamente tendências como esta, transformando o task masking num fenómeno global, ora humorístico, ora preocupante, sobre o mundo laboral moderno.
Riscos para Empresas e Profissionais
Apesar de parecer inofensivo, o task masking pode gerar vários problemas:
- Avaliação de desempenho distorcida: gestores podem confundir sinais de esforço com produtividade real;
- Perda de confiança: colegas podem sentir-se injustiçados ao ver esforços genuínos ignorados;
- Queda na produtividade: investir energia em “parecer ocupado” desgasta e reduz o foco em tarefas relevantes;
- Menos inovação: quando a aparência se sobrepõe à substância, o espaço para criatividade e pensamento profundo diminui.
Como Combater o Task Masking
Para quem lidera equipas ou trabalha em ambientes tecnológicos, algumas práticas podem ajudar a reduzir o impacto desta tendência:
- Definir métricas objetivas: valorizar resultados concretos em vez de sinais de esforço visível;
- Promover feedback regular: conversar com as equipas sobre progresso e obstáculos reais;
- Incentivar o trabalho profundo: reservar blocos de tempo sem interrupções para tarefas críticas;
- Reforçar uma cultura de autenticidade: reconhecer que produtividade não se mede pelo tempo passado em frente ao ecrã.
O task masking é mais do que uma moda digital, é um espelho das tensões entre presença, performance e resultados num mundo profissional em transformação. Para o setor tecnológico, o desafio passa por criar ambientes onde a transparência, a autonomia e a entrega real valham mais do que a aparência.
Num tempo em que “parecer ocupado” pode ser confundido com “ser produtivo”, talvez o verdadeiro sinal de competência seja saber quando parar e concentrar-se no que realmente importa.
Fonte: Human Resources
