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A Inteligência Artificial (IA) continua a gerar debates intensos: será que vai substituir profissionais ou abrir novas oportunidades? Para Arvind Krishna, CEO da IBM, a resposta é clara — a IA não vem para roubar empregos, mas sim para os transformar. O impacto será sentido em todas as indústrias, mas de forma diferente do que muitos imaginam. Neste artigo vamos explorar como a IA está a redesenhar o mercado de trabalho, quais as oportunidades emergentes e o que os profissionais devem esperar nos próximos anos.
A IA não vem para roubar mas sim para recrutar
Segundo a visão da IBM, os alarmes sobre milhões de postos de trabalho destruídos são exagerados. O que acontece, na realidade, é uma mudança no tipo de funções desempenhadas.
Dentro das próprias empresas, já se observam despedimentos em áreas mais administrativas, enquanto se reforçam equipas técnicas e comerciais. O saldo global não é negativo: os perfis em maior procura são os que têm ligação direta à inovação digital.
Assim, a IA atua como um catalisador de redistribuição de talento, colocando pessoas em funções de maior valor acrescentado e elevando a produtividade global.
Oportunidades emergentes no ecossistema tecnológico
Apesar de existirem setores mais vulneráveis, sobretudo os ligados a tarefas repetitivas e de baixo valor, há áreas onde a procura por profissionais vai crescer.
Perfis como programadores, especialistas em cibersegurança, analistas de dados, profissionais de saúde e educação, consultores digitais e criativos de marketing são considerados menos substituíveis pela IA.
A tendência é clara: quanto mais complexa, criativa e humana for a função, maior será a sua relevância no futuro. Em vez de um cenário de escassez de empregos, estamos perante uma redistribuição em direção a funções que exigem novas competências digitais.
O que muda no perfil do trabalhador ideal
Nos próximos anos, a IA deve tornar-se parte do dia a dia de praticamente todos os setores. A diferença estará no papel do trabalhador.
Em vez de executar tarefas repetitivas, os profissionais passarão a supervisionar e liderar sistemas inteligentes. Funções como gestores de agentes de IA, especialistas em machine learning, consultores estratégicos digitais ou responsáveis de talento tecnológico estão a emergir.
Ou seja, o trabalhador do futuro precisa de unir competências técnicas a visão estratégica, dominando a interação com ferramentas inteligentes e focando-se em inovação, liderança e criação de valor.
Desafios e o preço da adoção tardia
A adoção de IA em Portugal ainda é tímida, mas o impacto económico potencial é enorme. Se for acelerada, pode representar milhares de milhões de euros adicionais no PIB. Se, pelo contrário, houver atraso, esse ganho será reduzido a uma fração.
O verdadeiro risco não está em perder empregos, mas sim em perder competitividade face a outros mercados. Por isso, tanto empresas como governos devem apostar em requalificação profissional, políticas de incentivo à transformação digital e estratégias de integração da IA no tecido empresarial.
Quem demorar a adaptar-se ficará inevitavelmente para trás.
O que dizem os profissionais e entusiastas