A Google admitiu recentemente, em tribunal nos Estados Unidos, que a “web aberta já está em rápido declínio”. Esta declaração contrasta com o discurso que a própria empresa vinha a sustentar, afirmando que as funções de inteligência artificial (IA) estariam a impulsionar o tráfego online.
O reconhecimento surge no âmbito de um processo antitrust movido pelo Departamento de Justiça norte-americano, que defende a venda do negócio de tecnologia publicitária da Google. Segundo a empresa, essa medida aceleraria ainda mais a queda da web aberta, prejudicando diretamente os editores que dependem das receitas publicitárias online.
Google reconhece declínio abrupto da web aberta: impacto para o ecossistema digital
Nos últimos meses, a Google insistiu que as novas ferramentas de IA aumentaram o número de cliques de qualidade e que o tráfego orgânico global se manteve estável em comparação com o ano anterior. Contudo, essa narrativa entra agora em contradição com a sua própria posição oficial em tribunal.
Paralelamente, investigadores e editores independentes têm reportado quedas significativas no tráfego, atribuídas tanto às mudanças nos algoritmos de pesquisa como ao avanço dos chatbots de IA, capazes de responder a perguntas sem que os utilizadores visitem sites externos.
Estudos recentes confirmam essa tendência, revelando que os editores sofreram perdas de tráfego entre 1% e 25% em poucos meses. A principal razão são os chamados “AI Overviews”, em que a Google fornece respostas diretas no topo da pesquisa, reduzindo a necessidade de cliques em páginas de terceiros.