O mundo da cibersegurança está a atravessar uma fase crítica. Em 2025, os ataques de ransomware não só aumentaram como se tornaram mais sofisticados, afetando empresas de todos os setores e tamanhos. Se antes os criminosos se limitavam a sequestrar ficheiros, agora o jogo mudou — e a ameaça é mais séria do que nunca.
Neste artigo, exploramos como o ransomware evoluiu, que tendências dominam o cenário atual, e o que as empresas precisam de fazer para se protegerem neste novo campo de batalha digital.
O Ransomware já não é o que era
Durante anos, a estratégia dos ataques de ransomware era simples: encriptar os dados da vítima e pedir dinheiro em troca da chave de desbloqueio. Agora, os atacantes vão mais longe — além de bloquearem o acesso, roubam os dados e ameaçam divulgá-los se o pagamento não for feito. Esta prática de dupla extorsão tornou-se uma das táticas favoritas dos grupos organizados de cibercrime.
O impacto vai além da perda de dados. Está em jogo a reputação, a confiança dos clientes e até a continuidade do negócio. A pressão é intensa — e funciona.
O “negócio” do cibercrime: Ransomware como serviço
Uma das razões para o crescimento explosivo do ransomware é a chamada Ransomware-as-a-Service (RaaS) — um modelo onde grupos especializados criam kits prontos a usar, permitindo que qualquer pessoa com más intenções, mesmo sem grandes conhecimentos técnicos, lance um ataque.
Este modelo facilitou o aparecimento de novos grupos, que usam ferramentas sofisticadas disponíveis no mercado negro. Basta pagar uma subscrição ou comissão sobre o resgate recebido. Resultado? Mais ataques, mais prejuízos e mais empresas vulneráveis.
Inteligência Artificial: a arma que mudou o jogo
A Inteligência Artificial está a transformar o ransomware numa ameaça ainda mais perigosa. Os atacantes usam IA generativa para criar e-mails de phishing hiperrealistas, desenvolver malware customizado em segundos e até gerar vídeos falsos com a imagem de executivos — os chamados deepfakes.
Estas novas ferramentas tornam os ataques mais credíveis e difíceis de detetar. A velocidade com que os criminosos conseguem montar um ataque hoje é assustadora. Estamos a assistir à "industrialização" do cibercrime.
Quem são os principais alvos?
Apesar de qualquer organização poder ser atacada, há setores que estão na linha da frente: serviços empresariais, manufatura, logística e retalho. Estas indústrias trabalham com grandes volumes de dados sensíveis e, muitas vezes, não têm equipas de cibersegurança robustas.
Geograficamente, os Estados Unidos continuam a liderar a lista dos países mais atacados, mas outras regiões, como a Índia e a Europa, também registam aumentos preocupantes. Os atacantes procuram alvos com maior impacto e capacidade de pagar resgates rapidamente.
A dimensão emocional dos ataques
Os cibercriminosos não se limitam à parte técnica. Eles exploram o fator humano: pressionam, ameaçam e manipulam. Há cada vez mais casos em que os atacantes entram em contacto direto com colaboradores, clientes ou parceiros das empresas afetadas para aumentar o pânico e forçar o pagamento. Esta tática psicológica tem mostrado ser eficaz — e representa um novo desafio para quem gere crises internas.
Como te podes proteger? 6 medidas essenciais
As empresas precisam de responder de forma proativa e não apenas reagir após o ataque. Estas são as estratégias fundamentais para reduzir riscos:
- Adotar uma arquitetura Zero Trust – Nunca confies, mesmo dentro da rede interna. Verifica sempre.
- Refinar a segurança da cadeia de fornecimento – Um parceiro vulnerável pode ser a tua porta de entrada para um ataque.
- Usar IA para defesa – Automatizar deteção e resposta com ferramentas de segurança baseadas em machine learning.
- Encriptação de dados em todos os níveis – Mesmo que os dados sejam roubados, que não possam ser utilizados.
- Cumprir regulamentos e ter seguros cibernéticos atualizados – Prevenção legal e financeira é fundamental.
- Formação contínua da equipa – O elo mais fraco continua a ser o humano. A educação em cibersegurança deve ser recorrente.
Um futuro digital em risco (ou em construção)
O crescimento exponencial dos ataques de ransomware em 2025 não é apenas um problema tecnológico — é um alerta para todos os setores. Proteger sistemas e dados tornou-se uma prioridade estratégica para qualquer organização que queira sobreviver e crescer num mundo digital.
Mais do que investir em software ou hardware, trata-se de desenvolver uma cultura de segurança, onde todos — da administração aos estagiários — saibam reconhecer riscos e agir em conformidade. A cibersegurança é, cada vez mais, uma vantagem competitiva.
A pergunta já não é "se" a tua organização será alvo de ransomware, mas "quando". Estar preparado faz toda a diferença entre recuperar rapidamente ou sofrer perdas irreparáveis.
Em 2025, o ransomware tornou-se mais sofisticado, mais acessível e mais perigoso. A boa notícia? Também temos mais ferramentas e conhecimento para o enfrentar. Mas isso exige ação — agora.
Fonte: Techenet