A contagem decrescente para o futuro do TikTok nos Estados Unidos está em curso, e os bastidores fervem com propostas bilionárias. Com a ameaça real de banimento no país, gigantes e empreendedores estão a posicionar-se para assumir o controlo da app mais popular entre os jovens. Entre os interessados estão a Amazon e Tim Stokely, o criador da plataforma OnlyFans.
Segurança nacional em primeiro plano
Tudo começou com preocupações sobre a segurança nacional. As autoridades norte-americanas alegam que os laços do TikTok com a China, através da sua empresa-mãe ByteDance, podem abrir portas à espionagem e manipulação de dados. Com isso, foi estipulado um prazo para a venda da operação do TikTok a uma entidade não chinesa — caso contrário, o serviço poderá ser banido nos EUA.
Propostas em cima da mesa
Num movimento inesperado, Tim Stokely avançou com uma proposta de aquisição através da sua startup Zoop, em parceria com uma fundação ligada ao setor das criptomoedas. A ideia é criar um novo modelo de governança para o TikTok, com foco na descentralização e na proteção da privacidade dos utilizadores.
Do outro lado, a Amazon também entrou em cena com uma proposta formal de interesse. Embora a gigante do e-commerce não tenha feito declarações públicas, este sinal de ambição reforça a sua estratégia de diversificação — especialmente no universo do entretenimento e da criação de conteúdo digital.
Porque é que a Amazon está interessada?
Para a Amazon, o TikTok representa uma oportunidade única de se aproximar de um público mais jovem e de explorar novas formas de monetização, especialmente em áreas como compras por vídeo e marketing de influência. A empresa já tem experiência neste domínio, como mostrou com a aquisição da Twitch e o lançamento de projetos como o Inspire — um feed de vídeos curtos que, embora tenha sido descontinuado, evidenciou o interesse neste formato.
Uma corrida a vários ritmos
Além destes dois nomes de peso, há outros potenciais compradores em jogo. Grupos de investimento norte-americanos estão a negociar formas de viabilizar a compra da operação do TikTok, com o objetivo de afastar de vez o controlo chinês da plataforma.
Entre os envolvidos estão fundos como a Andreessen Horowitz, que poderá apoiar uma proposta liderada pela Oracle, e nomes como o Blackstone, que analisa participar numa operação em conjunto com acionistas não chineses da ByteDance.
O que esperar nos próximos dias?
O prazo limite para a venda está marcado para 5 de abril. Até lá, muita coisa pode mudar. O que está em causa não é apenas a posse de uma aplicação — é o futuro da influência digital, da proteção de dados e da economia da atenção.
Seja qual for o desfecho, o TikTok continuará a ser peça-chave no xadrez tecnológico global. E, com tantos olhos virados para esta negociação, a próxima jogada poderá mudar as regras do jogo.
Fonte: Mais Tecnologia